Cuspa na minha cara
pise no inferno
e sinta a brasa
enquanto eu abro minhas asas
nesse vento de outrora
as palavras antes sentidas
regurgitadas, agora, estão
palavras partidas
posta em tuas mãos
faca em meu peito
dilacere a carne
e sangre podridão
as palavras cortam
a boca em laminas
nem o final dito está
termino em chama
Enquanto vagam na noite
indicados pelas sombras
seguem à abismos infernais,
a insurreição longínqua
dos amantes é invejosa
a alma que teu corpo habita
em pó se desvai
a carne antes viva
aos vermes atraí
a luxúria um dia escolhida
entre suas costelas escondida
foi-se cedida ao demônio
o seu culto de feromônios
a beleza aqui de nada importa
se apenas certo escreve por linhas tortas
e o que amava antes à ti
escarra teu amor em teu colo
teu ventre antes puro,
contaminado
a vida expelida de meu corpo
no inferno será queimado
podes me dizer aonde
foi parar meu amor?
secreto de ti em uma privada
nada restou desse clamor
espera um amor celestial
mas abre o portão infernal
se apodrece entre vermes
tua alma então, não me espere
Eles vieram de novo,
o olhar deles me ridiculariza
eu posso ver eles na luz
eles não podem me ver na escuridão
Eles se apavoram quando veem
o meu sorriso mata eles
eu vejo eles nascendo mais e mais
porque minha boca nunca sorri
Eles não amam... eles só odeiam
eles me odeiam, eu odeio eles,
sorrio só para mata-los
isso me deixa feliz
Feliz, na escuridão,
essa é minha benção,
feliz na morte
de todos eles
